IA

PD Case levanta R$ 46,8 milhões do BNDES

Empresa mineira é discreta, mas tem muitos clientes no setor financeiro.

08 de setembro de 2025 - 03:06
Sede do BNDES no Rio de Janeiro. Foto: Depositphotos.

Sede do BNDES no Rio de Janeiro. Foto: Depositphotos.

A PD Case, uma empresa mineira discreta, mas cheia de clientes entre bancos públicos e agências de fomento, obteve um financiamento de R$ 46,8 milhões do BNDES para desenvolvimento de uma inteligência artificial focada em bancos. 

O valor é considerável, mais do que o dobro dos R$ 20 milhões investidos em iniciativas de pesquisa e desenvolvimento pela PD no ano passado.

O banco vai financiar 100% da chamada PD Bank 3.0, uma a nova plataforma prevê interfaces de programação de aplicativos em nuvem, de forma que os serviços financeiros oferecidos sejam facilmente personalizados e integrados a sistemas pré-existentes.

O desenvolvimento do projeto demandará uma equipe formada por 90 profissionais qualificados com diversas formações, tais como analistas de business intelligence (BI), arquitetos de software e desenvolvedores de software, especialistas em Data Lake, inteligência artificial, entre outros.

Em nota, o BNDES fala em “soluções inéditas no Brasil” envolvendo  melhorias na infraestrutura bancária a partir da otimização de sistemas e processos.

A plataforma também deverá viabilizar soluções de banking as a service (BaaS), modalidade de negócio financeiro em que outros setores passam a oferecer produtos e serviços que antes eram exclusivos do setor bancário, contribuindo assim para a ampliação e diversificação de seus clientes, que estão entre os principais objetivos da empresa. 

Serão disponibilizadas ferramentas para a emissão de cartões, a integração com sistemas de pagamentos instantâneos (como Pix), a oferta de serviços bancários sob demanda (incluindo gestão de contas e concessão de crédito) e a implementação rápida de novos produtos financeiros.

"Com a nova plataforma, vamos acelerar a transformação digital do setor, oferecendo tecnologia de ponta, baseada em inteligência artificial, para bancos, fintechs, correspondentes bancários e empresas de diversos segmentos que queiram operar no modelo de banking as a service", afirma Rafael Evangelista, sócio-diretor da PD Case.

Grandes expectativas, pelo que se vê. Mais do que os planos em si, fala a favor da PD a carteira de clientes, que inclui quase todos os players relevantes no nicho de bancos estatais estaduais e de fomento pelo país.

Entre os principais clientes estão o Banco do Nordeste (BNB), o Banco de Brasília (BRB), o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), o Banco do Estado de Sergipe (Banese), Banco do Estado do Espírito Santo (Banestes), agências de fomento como a Agência de Empreendedorismo de Pernambuco (AGE-PE) e a Agência de Fomento do Amapá (Afap). 

Além do setor bancário, a empresa mantém contratos com diversos órgãos públicos, como a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), o Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA), a Secretaria de Fazenda de Alagoas e os tribunais de contas dos estados de Rondônia, Maranhão, Roraima.

IA NO BNDES

Segundo balanço divulgado em junho, o BNDES já atingiu a marca de R$ 1 bilhão em crédito aprovado para projetos voltados à IA. O maior volume de financiamento e número de operações foi para integradores e desenvolvedores de aplicações, um total de R$ 561 milhões. 

Neste grupo, estão empresas que conectam tecnologias de IA aos clientes finais, como fintechs e healthtechs. Aprovações também viabilizaram desenvolvimento de hardware e de infraestrutura. A maior parte foram recursos do programa BNDES Mais Inovação.